sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Último funcionamento de uma lenda...

Bom dia

Hoje estou postando algumas fotos da ultima aula prática no banco de ensaios do motor a jato Rolls Royce Derwent 8-36 do LMT.
As fotos foram tiradas em Dezembro de 1994. Confesso a vocês que estas fotos me dão muita saudade e tristeza, tristeza pelos alunos (pós 94) não terem o privilégio de ver uma maquina histórica como esta, foi o segundo motor a jato operacional da historia e o primeiro motor a jato confiável, por decisões políticas da UFPR.

Me considero um privilegiado por ter visto esta maravilha funcionado diversas vezes, lembro da primeira vez que vi a Rolls-Royce funcionando, eu devia ter uns 5 anos de idade e lembro que o meu pai me disse para ficar no escritório do laboratório enquanto ele ia fazer ela funcionar, mas fiquei colado na janela para não perder nenhum detalhe do funcionamento e da musica (Barulho como alguns chatos se referem ao som desta máquina).

Sempre ajudei o meu pai a preparar as aulas na RR, nos fins de semana que antecediam as aulas, sempre fazíamos uma inspeção no motor, abastecíamos o tanque de combustível (400 L de Querosene de Aviação JET A1 para dar 2 aulas de 15 min + um teste de 10 min), Colocávamos as faixas de seguranças para isolar o pátio do LMT (Lembro das caveiras sinalizando perigo). 
Toda a rotina de preparação para a partida, cheque dos extintores de incêndio, acionamento do gerador para as baterias, chave geral, acionamento do booster (Bomba de Transferência de Combustível),acionamento do gerador de partida (chave estrela-triângulo), partida 1, partida 2, centelhador, aumento gradual da pressão de injeção, olho vivo no EGT (Temp. Gases de Escape) e rpm, 3400 rpm, desligar partida 2, regime de marcha lenta e só alegria. Saudade, muita saudade mesmo.

Meu pai (Prof. J.C. Laurindo) mostrando algumas partes do motor antes da partida
Rolls-Royce antes da partida

Motor em funcionamento.
Rolls-Royce Derwent 8-36 - Uma Lenda!!!

Agradeço o Prof. Nixon pelo envio das fotos.

Abraço a todos

 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Motor Bolinder's - Nova pintura.

Oi.

Hoje estou postando algumas fotos do motor Bolinder's W3 já com a sua novíssima pintura.

Agora falta somente fazer a montagem definitiva do sistema de injeção e montar uma bancada para colocarmos ele para funcionar.

Quem se habilita a nos ajudar?

Vista lateral mostrando o sistema de injeção completo.

Vista lateral mostrando a admissão, janela de escape, bomba d'agua (direita) e bomba de óleo (esq).

Vista do volante de inércia do motor (+- 60 Kg)

Abraço a todos

Carlos Laurindo

terça-feira, 5 de abril de 2011

Limpeza Geral no LMT

Olá

Recebi hoje no inicio da tarde as fotos referentes ao mutirão de limpeza do LMT, organizado pelo estimado Prof. Nixon do DEMEC - UFPR.

Gostaria de agradecer a todos os alunos pelo empenho em ajudar na reestruturação do nosso querido laboratório.

Só lamento estar viajando no dia e não ter participado da diversão com vocês, mas não faltaram oportunidades pois ainda tem muita coisa a se fazer lá.


Alunos presentes no dia 30/03/2011

1- Lucas José Correa Meneguetti;
2- Eduardo Henrique Costa;
3- Vinicius Jangada de Morais;
4- Yuri Araujo Souza;
5- João Antônio Ferreira;
6- Luis Guilherme Stocio da silva;
7- Renato Rigolino Cortes Chaves;
8- Lucas de Souza Loro;
9- Jhonathan Dias;
10- Eduardo Teodoro Crippa;
11- Pedro Henrique Gomes de oliveira;
12- WILLIiam Keiichi Tesuka
13- Eduardo Paúra Vieira Burmann;
14- Caio Henrique G. Moreira;
15- Fernando César Kugler;
16- Daniel Zagonel Xavier da Silva;
17- Valmir Gabriel Moccetha;
18- Thiago Carnieletto;
19- Thomas Schröeder;
20- Jonathan  da Veiga  Saber;













Voltei...

Bom dia pessoal

Desculpem a falta de posts no blog mas acabei de me mudar e estou sem tempo para fazer as devidas atualizações.


Logo, logo farei posts interessantes sobre o LMT, aguardem....


Carlos Laurindo

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Motor Bolinder´s - Peças prontas

Bom dia

Estou postando as fotos de algumas peças do motor Bolinder´s que já recuperei. Ainda falta muita coisa mas devagar vamos indo.

Espero que gostem

 Bomba D´agua pronta para instalação

Bomba de óleo 



Janela de Escapamento, mostrando 3 dos 4 anéis de segmento e a entrada d´agua de arrefecimento
 
Vista superior mostrando o cabeçote do motor sem a capa de proteção. Pode-se observar o bulbo de ignição (topo do cabeçote), sistema de injeção (governador, bomba injetora e bico injetor) e a tampa do dreno do carter (aberta)




Abertura da tampa do dreno do carter. Pode-se observar o conjunto Biela - Bronzina - Munhão do virabrequin

Quarta Feira (16/12/2010) estarei no laboratório depois das 17:00 realizando um ensaio no motor RAX Diesel, quem estiver interessado em conheçer o LMT entre em contato comigo. 
Meu e-mail é carloslaurindo@yahoo.com.br
Abraço a todos




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Bernard Moteurs W 13

Oi

O post de hoje será sobre mais um motor clássico do LMT,  o Motor Bernard W 13.

O Bernard é um motor estacionário, monocilindrico, 4 tempos a gasolina, refrigerado a água.

Este motor foi fabricado pela empresa Bernard Moteurs, Paris - França no ano de 1948. 

Apesar de ser um motor de mais de 60 anos, o W 13 tem algumas características interessantes, como, por exemplo, o material da biela que é feita de duralumínio.

O exemplar do LMT, está instalado proximo a bancada do motor RAX Diesel, sendo possivel o seu acoplamento ao gerador "LEMIS". Apesar da sua idade motor foi muito pouco utilizado devido a falta de um sistema de escapamento adequado para o motor, pois na atual instalação, os gases de escapamento não são expelidos para fora do laboratório, limitando o tempo de funcionamento do motor a poucos minutos para evitar o risco de intoxicação por monoxido de carbono. 

A última vez que o W 13 havia funcionado foi no ano de 1995, eu lembro que na época o meu pai estava fazendo mestrado no CEFET e o equipamento que estava sendo desenvolvido por ele ficava no LMT e que pelo menos 3 vezes por semana ele trabalhar no equipamento e eu, como sempre, ia junto. De vez em quando o pai falava pra mim. "vai la e da uma limpada em tal motor que a noite a gente vai fazer ele funcionar". 

No caso do Bernard não foi diferente, lembro que tivemos que limpar o carburador, limpar e ajustar o platinado do magneto, regular a folga de válvulas e trocar a água do radiador e óleo lubrificante. Fique impressionado na época que depois de toda a mexida o danado do Bernard pegou de primeira e funcionou como um relóginho.

Passados todos estes anos, como parte da nossa reativação do LMT, não poderia faltar uma geral no W 13. Durante os ensaios realizados no RAX eu tirei um tempo para fazer a mesma coisa que fizemos em 95 apenas substituí a correia da ventoinha que, em 1995 estava péssima, e após 15 anos melhor ela não estaria . Pensei que teria dificuldades em encontrar uma correia semelhante, mas encontrei uma correia com as mesmas dimensões  na loja Tratoraço - mecardo das correias.
Efetuei a substituição da mesma, conforme foto a seguir, mas resolvi tambem fazer uma limpeza na válvula de combustivel, mas quando a retirei percebi que o tanque de combustível estava cheio de sujeira, sendo a maior parte devido a formação de borra da própria gasolina que acabou evaporando do tanque. Para poder limpar melhor, retirei o tanque de combustível e removi a válvula de saída.

Como eu já havia feito a limpeza e regulagem do platinado, regulado as válvulas e limpado o carburador, não resisti e adaptei um tanque de plástico a entrada de combustivel original e "peguei" um pouco de gasolina nova do pessoal do minibaja da UFPR (depois eu reponho, prometo!!!)

E como em 1995 o M. Bernard W13 pegou na primeira manivelada, ta certo que ele reinou um pouquinho, soltou umas linguas de fogo pelo escape, etc. Mas depois que esquentou um pouco funcionou como um reloginho.

Abaixo colocarei algumas especificações do motor e algumas fotos

Características

Tipo: Motor Monocilindrico de 4 tempos estacionário
Diametro x Curso do Embolo: 92 x 100 mm
Volume de Cilindrada: 665 cm3
Refrigeração: Liquida com circulação via termosifão
Sistema de Ignição: Magneto de alta tensão Bosch - Lavalette
Sistema de Alimentação: Carburador Zenith 
Sistema de Controle de Rotação: Governador centrífugo acoplado ao comando de válvulas
Peso: 215 Kg

Desempenho
Potência Máxima: 10 cv a 1800 rpm
Torque Máximo: 4,2 KgFm a 1200 rpm
Consumo Específico: 240 gr/cv hr
Motor Bernard W 13

Motor Bernard W 13 - Placa de Identificação
W 13 sem a capa, mostrando a polia com o encaixe da manivela
e o magneto Bosch - Lavalette

Platinado do Magneto Bosch - Lavalette, inetessante comentar que, ao contrario da maiora, neste magneto o platinado gira e o excentrico fica parado (parte externa ao platinado).

 Com a correia nova.


Video do funcionamento do W 13

 
Abraço a todos




domingo, 5 de dezembro de 2010

Motor Bolinder's - Mais Fotos

Seguem mais fotos do motor Bolinder's W3

Filtro de Combustivel - Vista Explodida

Filtro de combustível montado

Conjunto Governador - Bomba Injetora

Bomba de Lubrificação.

Manuais de Operação e Catálogo de Peças originais
 (ano 1939)

Bomba D'agua

Abraço a todos e comentem por favor


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Bolinder´s Crude Oil Engine

Olá

O post de hoje será sobre o motor Bolinder´s do LMT

Este motor, segundo informações do Prof. Dr. Gregório Bussyguin, pertencia a antiga escola de engenharia, localizada no prédio antigo da UFPR. Ele veio para o centro politécnico junto com o motor RAX.

Quando começamos a reativar o LMT, eu e o meu pai (prof. Laurindo) resolvemos dar uma olhada com carinho o Bolinder e descobrimos que se trata de um motor diferente e muito interessante. Até então achavamos que o motor estava incompleto e que por isso nunca havia funcionado no LMT, mas verificamos que ele está completo, apenas coberto por anos e anos de pó.

Já que estavamos reformando o RAX, resolvemos que iriamos reformar e colocar para funcionar o Bolinder. Começamos, primeiramente, arrumando os acessórios do motor (Filtro de Combustível, Bomba de Óleo, Bomba d´agua, Bomba injetora e governador), para depois realizar uma pintura geral no motor e depois fazer um suporte de fixação.

Até agora já revisamos a bomba d´agua, o filtro de combustível e a bomba de óleo. O interessante deste motor é que a maioria das peças são feitas de bronze, visto que ná época que o motor era fabricado (decada de 20) alumínio era raro. 

Abaixo vão algumas especificações e fotos do motor

Fabricante: Bolinder - Munktell 
Procedência: Esklistuna - Suécia
Ano de fabricação: 1920 - 1930
Modelo: W - 3  S - 10
Número de Série: 41696
Potência nominal: 10 HP
Rotação máxima: 1000 RPM
Peso: 300 kg
Tipo:vertical de ciclo Diesel, dois tempos de cabeça quente (hot bulb)
Número de cilindros: 01
Número de mancais: 02
Combustível: Óleo (mineral, vegetal)
Sistema de Alimentação: por bomba injetora com governador centrifugo com injeção indireta .
Sistema de Refrigeração: a água com bomba de pistão.
Sistema de Lubrificação: Bomba de lubrificação externa.
Aplicações: motor estacionário na versão S. As versões M são para uso marítimo.


 Motor Bolinder´s W3  S-10

Motor Bolinder´s W3 S-10

 Bolinder´s - Placa de Identificação

domingo, 21 de novembro de 2010

Aeronave HL- 6B Cauré

Olá

O post de hoje será sobre o HL - 6B Cauré que pertenceu ao Laboratório de Máquinas Térmicas.

O HL - 6B Cauré foi uma aeronave fabricada pela extinta Compania Nacional de Navegação Aérea (CNNA), compania esta que foi fundade pelo industrial Henrique Lage. A fabrica era localizada na ilha do Viana na Cidade do Rio de Janeiro.

O PP - RHW foi doado a UFPR pelo aeroclube do paraná no fim da década de 1960. O RHW ficou no LMT durante muitos anos, conforme na foto mostrada abaixo.

A imagem superior mostra o HL - 6B Pendurado no LMT - UFPR.
A imagem inferior mostra o avião ainda na ativa no Aeroclube do Paraná. 
Em meados de 1986, ocorreu um contato do Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro (MUSAL), sobre uma possivel troca do HL- 6 por dois motores ( um Motor Ranger em funcionamento e um Pratt & Whitney Twin Wasp em corte). Este pedido do musal foi feito pois o PP - RHW é o unico HL - 6B existente no Brasil e no mundo, então o Prof. Dr. Gregório Bussyguin, professor responsável pelo LMT na época, achou por melhor fazer a troca pois o lugar do avião era realmente num museu e os motores teriam uma utilidade muito grande para o laboratório.

Eu me lembro que quando eu tinha 3, 4 anos quando ia no LMT, ficava admirando o avião pendurado no teto do laboratório e sempre pedia ao me pai para subir no avião. Quando o pessoal do MUSAL veio busca - lo eles infelizmente o derrubaram e danificaram a frente do avião, e não pude realizar o sonho de subir no avião.

Neste ano, viajei ao Rio de Janeiro a trabalho e tive um tempo livre e sem pestanejar peguei um taxi e fui conhecer o MUSAL. Recomendo a todos que conheçam este museu, tem muita coisa legal lá.

Lá, finalmente realizei o meu sonho de guri e pude subir no PP - RHW, que foi reformado e esta num lugar adequado para mostrar que o Brasil tem uma história muito rica na industria aeronáutica.

Abaixo seguem algumas fotos no HL - 6 no MUSAL.

PP - RHW em exposição no MUSAL


Cabine e Painel de instrumentos
Detalhe da deriva


Sonho realizado!!
Aeronave HL - 6B Cauré
Matrícula: PP - RHW
Dimensões
Enverdadura: 9,8 m
Comprimento: 7,2 m
Área Alar: 15 metros quadrados
Peso Vazio: 545 Kg (treinamento) / 545 Kg (utilitário)
Peso Máximo: 750 Kg (treinamento) / 800 Kg (utilitário)
Performance
Velocidade Máxima (VNE): 200 Km/h
Velocidade de Cruzeiro: 180 Km/H
Razão de subida: 900 ft/min
Velocida de Stol: 85 Km/h
Teto de serviço: 4000 m
Autonomia: 3,15 h.
Alcançe: 550 Km
Motorização
Motor Franklin 6 AC 298 F
Potência: 130 Hp